AMAMENTAÇÃO: QUANDO ESTIMULAR A PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO
- agenciaao3
- 22 de out. de 2015
- 3 min de leitura

A amamentação nem sempre começa de forma tranquila, e eu infelizmente passei por essa experiência. No meu caso, o problema era o excesso de leite ou, como dizem na expressão popular, o leite empedrou. Mas existem muitas outras mamães que sofrem por um problema oposto ao meu: a falta deleite materno ou, melhor dizendo, a produção em quantidade insuficiente do leite materno. Esse tema é muito polêmico e delicado e, por isso, pedi para a nutricionista Rosane Baldissera, consultora em amamentação de Porto Alegre (RS), esclarecer pra gente em quais situações a produção do leite materno pode estar prejudicada e precisa ser estimulada.
Segundo Rosane, a principal causa da produção insuficiente do leite materno geralmente está relacionada a problemas damamada, como o bebê não fazer a pega correta e/ou não mamar com a frequência necessária. Estas situações levam à diminuição da prolactina, o hormônio produzido no cérebro que tem a função de ativar a produção de leite materno nas glândulas mamárias.
Então, só depois que a pega correta e outros detalhes da amamentação são verificados, se o problema ainda persistir, a consultora passa a investigar fatores que podem estar relacionados à saúde da mãe, como sobrepeso, obesidade ou alguma disfunção hormonal. Existem também casos relacionados ao desenvolvimento da glândula mamária, mas são muito raros. Entenda melhor:
Problemas na amamentação
A prolactina pode estar diminuída se o bebê não mama com frequência ou não estimula adequadamente a mama por pega inadequada (veja aqui como fazer a pega correta). Neste caso, o bebê deve ser colocado para mamar no máximo a cada 3 horas, e a pega deve ser corrigida. Além disso, não é recomendável limitar o tempo de mamada (o bebê precisa mamar em um seio de cada vez até esvaziar bem a mama, para que ele receba o leite do final da mamada que é rico em gordura e faz o bebê ganhar peso).Leia mais aqui.
Estresse e cansaço
Os hormônios do estresse (adrenalina, noradrenalina e cortisol) podem causar inibição da liberação de prolactina e da ocitocina (hormônio produzido no cérebro que tem a função de ativar a ejeção do leite materno de dentro das glândulas mamárias). Nestes casos, a nutriz deve realizar atividades que facilitem o relaxamento, como fazer uma caminhada, ioga ou simplesmente deixar o bebê com alguém para poder descansar (o importante é a mãe encontrar o que é melhor para si mesma). Também é preciso tentar evitar ao máximo situações que possam deixá-la com preocupações. Em casos onde a mãe não consegue controlar seu nervosismo, a ajuda de um psicólogo pode auxiliar bastante nessas situações.
Hormônios
Mães com doenças não tratadas que envolvam produção de hormônios podem apresentar baixa produção de leite, comodisfunção na glândula tireoide e diabetes não controlados. Nesses casos, os exames de controle dos hormônios envolvidos nessas doenças devem ser solicitados pelo médico ginecologista. Além disso, mães com sobrepeso ou obesidade também podem apresentar baixa produção de leite, mas vale notar que isto não é uma regra (apenas o risco aumenta nesses casos).
Glândula mamária
No caso de falta de adequado desenvolvimento da glândula mamária, que é raro, normalmente pode-se observar em mulheres onde uma mama é muito menor que a outra, e que durante a gestação não houve aumento no tamanho das mamas. Mas é importante saber que mesmo mamas muito pequenas produzem leite em quantidade suficiente para o bebê.
Beijos, da Mamãe Prática Mari
Foto: Lidi Lopez Fotografia
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